sábado, janeiro 17

RASGOS DE ESPONTANEIDADE

Adapto-me bem às palavras,
é um mundo que me tem à parte,
onde as perspectivas dependem do ângulo da imaginação.
Num rasgo de espontaneidade,
abraço o sol inteiro sem ter de dividir-lhe os raios,
caminho sobre os 7 mares sem ter de anestesiar
ondas revoltadas.
Observo o outro lado do kilimanjaro
sem abrir túneis pra escurecer a cegueira.
Agarro nas mãos o tempo,
configuro-lhe da infinitude que achar conveniente.
Faço-me kilómetro que veste o vento,
absorvo o espaço na minha pele.
Espontaneidade,
vontade imediata de dar ritmo ao inexistente...
Eu, quase frustrado,
numa tentativa desesperada de acorrentar em mim inspiração.
Eu, disfarçado de Carnaval,
mascarado de revolta espontânea,
de impotência insana,
de incoerência escrita...

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