sábado, janeiro 17

COM O ESCURO PRESO NA VOZ

Estendo a minha alma pelo chão,
faço do corpo inteiro pensamento.
Visto frio e disfarço-me de inverno
num carnaval fora de época.
Petrifico o movimento,
faço da inércia liquidez a enfervescer e, do tempo,
roubo a infinitude.
Escrevo palavras claramente estúpidas,
estupidamente armadas de incoerencia.
Garanto que não as percebam.
Faço a noite circular-me no sangue,
o escuro a sair-me pela voz,
grito intensidade pelos poros,
depois... espero...

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