quarta-feira, fevereiro 4

APROVEITA O DIA (Walt Whitman)

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido...

5 comentários:

Anónimo disse...

Oh me! O life! of the questions of these recurring,
Of the endless traines of the faithless, of cities fill’d with the
foolish,
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish
than I, and who more faithless?)
Of eyes that vainly crave the light, of the objects mean, of the
struggle ever renew’d
Of the poor results of all, of the plodding and sordid crowds I
see around me,
Of the empty and useless years of the rest, with the rest me
intertwined,
The question, O me! so sad, recurring–What good amid these,
O me, O life?

Answer.

That you are here–that life exists and identity,
That the powerful play goes on, and you may contribute a verse.


Meu caro amigo, que escolha feliz. Aproveitei o teu post para desenhar novo exemplo no monstro.O Tio Walt sabia descrever-nos o que é pegar no mundo, espremê-lo e saborear cada gota que dele saia.De certeza que conheces o filme, de certeza que te marcou tanto como a mim. Oh Captain My Captain!!!

Anónimo disse...

EU

"Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou...!" (Florbela Espanca in Livro de Mágoas)

Adriana disse...

Boa sorte na tua caminhada... que o pavimento que pisarás esteja isento de pedras e espinhos, e que o caminho te traga inúmeras flores e ar puro à tua vida...!

Anónimo disse...

Olá, gostei muito de seu blog e as palavras de Withman fizeram-me lembrar de Omar Khayyam:

No céu, a mão esquerda da alvorada; eu sonho.
Na taberna, uma voz escuto na algazarra
- Despertai, meus pequenos, e enchei bem o copo
antes que seque o vinho da vida em sua jarra.

Ah! Enche o copo! De que serve repetir
que o tempo sob os nossos pés já vai fugindo?
O amanhã não nasceu e o ontem já morreu,
porque me hei de importar, se o dia de hoje é lindo?

E ao côncavo invertido que se chama o céu,
sob o qual rastejaram o vivo e o que morreu,
não ergas tuas mãos, pedinte. Ele é impotente
no seu girar, tal qual o somos tu ou eu.

O dedo que se move escreve, e, tendo escrito,
se vai. E toda a argúcia e piedade, entretanto,
não o trarão de volta a mudar meia linha,
nem as palavras podes apagar com o pranto.

E se o vinho que bebes, o lábio que oprimes
findam nesse nada que a tudo dá sumiço,
imagina, então, que és; não podes ser senão
o que hás-de ser - nada! Não serás menos que isso.


Façamos o que é do que inda há por fazer
antes que também nós ao pó vamos enfim.
O pó vai para o pó, sob o pó vai jazer
sem vinho, sem canções e sem cantor... sem fim.

É tudo um tabuleiro de noites e dias;
os homens são peças, e o fado temerário
com elas joga, e move, e toma, e dá o mate,
e uma a uma as recolhe, e vai guardar no armário.

carpedieminloveman disse...

Anónimo,muito obrigado por me ter apresentado Omar Khayyam e pela presença.

Gosto que "apareças".

:-)