sábado, maio 16

URGÊNCIA

Quero-te com urgência como se o tempo se esgotasse.
Como se o amanhã se estivesse a desvanecer
encostado a uma parede qualquer pintada de cobardia.
Quero-te com urgência, como se me faltasse o ar,
como se tivesses que fazer das tuas mãos lâmina,
rasgar-me a pele para dar ritmo ao meu respirar.

Quero-te com urgência agora,
mesmo que seja escuro.
Só é noite sem teus lábios acesos em mim...
Quero AGORA, unir-me a ti como peça de um puzzle,
quero SER contigo.

Quero viver-te por trás porque os anjos não têm costas.
Morder-te para sobreviver não te faz mal...
Quero agora.

3 comentários:

Amor amor disse...

A urgência de amar alguém é linda, mas se respondida com urgência também, e não subestimada, ou mesmo ignorada...

Uau, os dois últimos versos estão "terrivelmente" magníficos!!!

Beijinhos doces cristalizados!!! ;o)

Anónimo disse...

Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ah! De surpresa, tão rude,
Nem sei como pude chegar ao portão
Lendo o envelope bonito,
O seu sobrescrito eu reconheci
A mesma caligrafia que me disse um dia
"Estou farto de ti"
Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais
Todas as cartas de amor são ridículas,
Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas
Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas
As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas
Quem me dera o tempo em que eu escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas

Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais

Quanto a mim o amor passou
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar
E não me volte a cara quando passa por si
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor
Fiquemos um perante o outro
Como dois conhecidos desde a infância
Que se amaram um pouco quando meninos
Embora na vida adulta sigam outras afeições
Conserva-nos, escaninho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil

carpedieminloveman disse...

Obrigado Carol pelo carinho e pela presença constante.. Gosto dempre de te ter aqui.


Anónimo, obrigado pela partilha... só o amor faz com q ser rídiculo possa ser rosa, ser bela, mesmo com seus espinhos..