domingo, junho 7

LUTO

Suicido em mim as palavras por tempo indeterminado.

Desinfecto as minhas mãos.
FAÇA-SE SILÊNCIO...

Ás vezes irrita-me conseguir escrever como agora.

Não quero, não quero despir-me em palavras.

Não quero ser decifrado, não quero ser alvo de interpretação.

Quero torná-las mudas,

não quero ser dominado, violado, controlado.

Quero estar um pouco só.

Envolto em silêncio, pintado de analfabeto.

Quero ficar aqui, neste escuro, não quero que me gritem pelos dedos.

Deixem-me quieto.
Está frio aqui.

Por favor.

Não quero saber.

Dói.