segunda-feira, março 17

PASSA-ME O TEMPO PELO CORPO...

Passa-me o tempo pelo corpo, sempre pelo corpo, por ele tudo passa, muito permanece.Guardo nele (em mim) todos os abraços, os toques de suavidade que a vida me vai oferecendo, também as pancadas violentas, que a mesma vida me obrigou a receber. Tenho na pele, como se fossem memórias que me acompanham, as tatuagens em forma de beijos que me adoçaram os sentires e arrepia-me na pele também aquelas cicatrizes, que foram feridas, mas nem todas estão camufladas.
Passa-me o tempo pelo corpo, pesa-me enquanto passa...Tenho o corpo na dor, tenho a dor na lágrima e essa humidade que me desce pela face, liquidamente, arrefece-me todas as esperanças.Tenho a dor no corpo e ás vezes sinto que o corpo se ausenta e fica só a dor e escondo-a com a alma. Porque a alma é enorme e abarca todo o mundo e escurece toda a dor e anestesia todos os sentires...
Passa-me o tempo todo pelo corpo, sempre pelo corpo, e pesa-me enquanto passa, mas permanece... o corpo, grande e forte...

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