Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém
que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver?
Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar?
Quando alguém morre, quando alguém se separa -
como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. as pessoas têm de partir,
os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar.
Sim, mas como se faz? Como se esquece?
Devagar. É preciso esquecer devagar.
Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre.
Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração,
fazer os maiores escarcéus mas não se podem despejar de repente.
Elas não saem de lá. Estúpidas!"
in Último Volume, Miguel Esteves Cardoso
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Este excerto do livro de Miguel esteves Cardoso deixou também de estar abafado
pelo desconhecimento no blog diferente que já referi numa outra página em branco.
já o li tantas vezes sem me cansar mas há dias em que as rajadas com que ele me
ainge o pensamento são muito mais fortes.
Hoje enfrento-o com um olhar critico, leio-o com as lentes do cepticismo colocadas
e embora me continue a parecer bastante interessante e fazer emergir questões inomináveis,
essas mesmas questões já não me parecem as mais adequadas.
Esquecer alguém que se ama? colocaria a questão, como é que se esquece alguém que nos faz falta mas que é
mais dificil viver do que lembrar? se fosse mais fácil viver para que nos iríamos dar ao trabalho de nos obrigar
a lembrar?
De resto, a naturalidade que ele preconiza neste excerto quando se refere à forma como se deve encarar as mudanças,
separações, por vezes perdas, parece-me essencial para nos libertarmos do passado que persegue como sombra e que se revela dificil
de dar luz.
Deixar ir é mesmo a solução, não se consegue evitar que o sol se ponha mas pode-se aproveitar o calor que ele
fornece durante o dia e existem mesmo momentos únicos que nos ficam, que permanecem. Existe aquele nascer do sol único
e o por do sol memorável também, mas o ciclo chega ao fim para poder reniciar.. ficam os momentos, pedacinhos regularmente aquecidos pela memória e que se guarda num cantinho da alma.
Deixar ir é necessário mas não há que ter pressa. se quisermos matar a saudade com muita pressa, ela suicida-nos, é incontornável..
Os raios de sol que me aquecem hoje não são, julgo eu, os mesmos que me aqueceram ontem mas aceito-os
com a certeza de que os efeitos são os mesmos. existem caminhos diferentes, pessoas diferentes, lugares diferentes e efeitos semelhantes
.. o efeito final desejado são sorrisos acesos sempre... e a felicidade em pedaços..
Se fosse um bolo inteiro ia enjoar e provocar amargos de boca...
É sempre bom ir tendo sorrisos aos pedaços..
pelo desconhecimento no blog diferente que já referi numa outra página em branco.
já o li tantas vezes sem me cansar mas há dias em que as rajadas com que ele me
ainge o pensamento são muito mais fortes.
Hoje enfrento-o com um olhar critico, leio-o com as lentes do cepticismo colocadas
e embora me continue a parecer bastante interessante e fazer emergir questões inomináveis,
essas mesmas questões já não me parecem as mais adequadas.
Esquecer alguém que se ama? colocaria a questão, como é que se esquece alguém que nos faz falta mas que é
mais dificil viver do que lembrar? se fosse mais fácil viver para que nos iríamos dar ao trabalho de nos obrigar
a lembrar?
De resto, a naturalidade que ele preconiza neste excerto quando se refere à forma como se deve encarar as mudanças,
separações, por vezes perdas, parece-me essencial para nos libertarmos do passado que persegue como sombra e que se revela dificil
de dar luz.
Deixar ir é mesmo a solução, não se consegue evitar que o sol se ponha mas pode-se aproveitar o calor que ele
fornece durante o dia e existem mesmo momentos únicos que nos ficam, que permanecem. Existe aquele nascer do sol único
e o por do sol memorável também, mas o ciclo chega ao fim para poder reniciar.. ficam os momentos, pedacinhos regularmente aquecidos pela memória e que se guarda num cantinho da alma.
Deixar ir é necessário mas não há que ter pressa. se quisermos matar a saudade com muita pressa, ela suicida-nos, é incontornável..
Os raios de sol que me aquecem hoje não são, julgo eu, os mesmos que me aqueceram ontem mas aceito-os
com a certeza de que os efeitos são os mesmos. existem caminhos diferentes, pessoas diferentes, lugares diferentes e efeitos semelhantes
.. o efeito final desejado são sorrisos acesos sempre... e a felicidade em pedaços..
Se fosse um bolo inteiro ia enjoar e provocar amargos de boca...
É sempre bom ir tendo sorrisos aos pedaços..