quinta-feira, abril 27

PORQUÊ UMA PÁGINA EM BRANCO?

Já referi de forma breve razões para a realização deste blog, no entanto, talvez seja pertinente fazer alusões ao nome com que foi "baptizado".

Porquê uma página em branco?

Porque este é um blog sobre a vida. E para mim é isso que a vida é, uma página constantemente em branco e ansiosa de ser preenchida. Poderão pensar que é a minha e isso não interessa nada mas como ser humano que sou, igual a tantos outros, sei que muitos de vocês vão se rever nas palavras que eu possa usar.

Uma página em branco porque a vida são dois dias e pode ser considerada sempre um projecto em construção/reconstrução. Existe tanta complexidade e tanta diversidade que é impossível não acrescentar algo a todo o momento, a cada instante... a passividade é uma assassina fria e calculista que nos restringe a vida e na verdade "ter vida e não usufruir dela é estar na realidade morto"

Qual a melhor forma de acrescentar, preencher, construir, reconstruir?

Viver o carpe diem porque não há tempo a perder e se "o passado é uma irrealidade, o futuro é uma inexistência" (Vergílio Ferreira). O presente é o momento, é tudo o que temos...

carpe diem always

p.s- Poderão constatar a publicação de muitas citações ou textos não escritos por mim... o que pretendo é publicar material que suscite o exercício da mente e possa inspirar vida e revelar toda a intensidade que lhe é característica.

Podes também colaborar nos comentários com reflexões, conselhos ou solicitando a publicação de documentos... Agradeço desde já a todos os que se disponibilizem a fazê-lo.

Abraço

quarta-feira, abril 26

CONFISSÃO

Escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. É uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.

É sempre a vida, é claro, mas à distância limpíssima das palavras. E tudo sofre de uma insuficiência que a arte tenta reparar e falha. Eu espero que a esperança um dia venha e tudo isto não seja mais do que um exercício de gramática.
Pedro Paixão

PERIGO

A maior ameaça da vida é a própria vida. Mas ela é o nosso benefício para a morte existir menos. Ou não existir.

Vergílio Ferreira
FOLHA EM BRANCO

Apeteceu-me torturar este pedaço de folha, desenhar-lhe suavemente uma amargurada e inquietante dor.

Por todos os momentos em que servi de tela onde se pintou impiedade, hoje visto cores de sadismo. Não tenho pena da sua pureza, que não me contagia, nem da sua aparente calma sincera.

Neste vai e vem de linhas que vou preenchendo, o meu único objectivo é perfurar-lhe a paz. Apelidem-me de insano, de louco ou desvairado, minha alma é icebergue de desprezo, nas minhas veias circula apenas insensibilidade.

Neste momento, a minha libertação expressa-se nesta revolta silenciosa que ganha eco nestas palavras. Esta folha, agora inundada de agressividade, foi, ou é, a condenada do momento, mas poderiam ser outros, todos aqueles de face limpa e mente tranquila, todos os surdos da vida imperfeita.

São eles o júri, são eles os que condenam...

Foram eles quem encheu de sombras esta ex-folha branca...
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Foram estas as palavras que antecederam a idealização deste blog, minutos de intensidade em papel roubados de uma viagem de comboio tranquila entre Alverca e Entrecampos.

CARPEDIEMINLOVEMAN

Em teoria, sou eu, apaixonado por viver os momentos, por aproveitar cada um deles como se fosse o último, «viver nos bosques, de livre vontade, para sugar todo o tutano da vida, para aniquilar tudo o que não era vida, para quando, não, ao morrer, descobrir que não vivi» (Thoreau).

É a intensidade intrínseca à vida, tatuada num raio de sol que nos aquece, numa brisa que nos cicatriza no rosto a sensibilidade, nos pedaços que nunca se completam, no constante vazio que nos impele à acção.

Na prática, sou eu, obrigado a realizar um blog para não me esquecer...

quinta-feira, abril 6

BLOGOMANIA
A realização de blogs actualmente é prática frequente. O seu aumento significativo poderá estar ligado a ideias que de início parecem constituir uma contradição, por um lado, a necessidade de nos libertarmos do nosso individualismo e querermos nos integrar num contexto grupal específico, através da partilha do que nos é intimo. Por outro lado, poderá ser apenas a demonstração efectiva de um egocentrismo oculto ou um grito silencioso expresso em palavras que revela o desespero pela necessidade de um afecto. No meu caso em particular, por entre a panóplia de razões que me levam a aderir à blogomania encontram-se as referidas, é claro, mas penso sobretudo que traduz a emergência de uma espécie de ilusão disfarçada de presunção pensar que alguém tem interesse naquilo que eu penso, digo ou faço. Enfim, não interessa nada, só pretendo preencher a minha página em branco...