quinta-feira, janeiro 25

ENSAIO INACABADO

Razões? Todas ou nenhumas. Certezas? As suficientes para serem inacreditáveis. Esperança? Com certeza, bastante, ou então não!... Talvez em quantidade o suficiente para suscitar as mesmas dúvidas de sempre... Confusão? Certamente que sim… também incoerência, indefinição e outros pedaços ainda não identificados…

Porque sinto uma espécie de cansaço anormal sobre o tema mais banal e ao mesmo tempo especial, complexo, controverso, extenuante, pintado de incertezas sobre telas de esperança que já existiu, o amor.

Percebe-se pelo parágrafo anterior que qualificar o amor é motivo suficiente para limitar a existência de neurónios, é provavelmente o sujeito que mais atributos pode ter associado e isso poderia ser razão suficiente para estar aqui a impor dinâmica a este conjunto de teclas. Contudo, a minha intenção não é adjectivar esse sujeito nem sequer tentar defini-lo ou dissertar sobre a indefinição que lhe é característica, a minha intenção é desmembrar-me deste cansaço que me arrasta, é emancipar-me desta insegurança aparentemente excessiva que me possui e libertar meu pensamento da inutilidade processual que lhe prende.

Não é usual os cansaços consumirem-me, sorrio perante a naturalidade da sua existência, contudo, encontro-me a pensar demasiado o amor, e é isso que me cansa brutalmente. Penso o amor com o ridículo que Álvaro de Campos lhe atribui, constato que todas as cartas de amor são mesmo ridículas e que ridículas são também todas as palavras esdrúxulas.

Penso o amor como um anestésico indispensável em intervenções cirúrgicas que pretendam atenuar a solidão, a inactividade emocional, a insensibilidade e o vazio sentimental ou então incrementar a velocidade da circulação sanguínea à boleia da intensidade...

Confesso-me cansado de pensar tanto o amor.. dou este ensaio por inacabado... pensa-o tu um bocadinho...


sexta-feira, janeiro 5

Sinto-me tanto mas não me apetece...