HINO AO ACONCHEGO
Metamorfose,
fim de processo iniciado no abraço,
passageiro entregue,
levado na boleia do beijo.
Discernimento,
a loucura disfarçada,
o raiar do silêncio, abafado,
gemido que grita no olhar.
Intensidade
pintada de branco,
na nudez de passividade que veste
o tempo.
Tatuagem,
embora líquida,
provoque no corpo o naufrágio
da necessidade de toque.
Abandonada seja a saudade
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... é o tempo da travessia, e se não ousarmos fazê-la teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos". (Fernando Pessoa)
terça-feira, junho 12
terça-feira, março 27
SENTIDO DESFIGURADO
Tenho a liberdade acorrentada na garganta da alma sem a soltar, muda, coitada...
Tenho-a, e por essa razão, ela não passa disso mesmo, um pensamento. Talvez se a libertasse pudesse ser outra coisa diferente, com um nome diferente e talvez até transmitisse ideias diferentes e outras coisas igualmente diferentes também...
Sou por isso também devaneios em fuga, sou incoerencias (mais uma vez), estendidas ao sol, sou pedaços de insubmissão à procura do rumo e muitas vezes sou apenas...
Quisera ser mais do que liberdade presa em coisa alguma ou inexistência a vaguear em rasgos de imprecisão...
Quisera apenas que tivessem sentido as palavras que escrevo sem querer ou que sem sentido pelo menos algo dissessem...
Quisera ter a definição do que me falta e onde perdi (ME)...
Tenho em mim tantos pensamentos por libertar.
Tenho a liberdade acorrentada na garganta da alma sem a soltar, muda, coitada...
Tenho-a, e por essa razão, ela não passa disso mesmo, um pensamento. Talvez se a libertasse pudesse ser outra coisa diferente, com um nome diferente e talvez até transmitisse ideias diferentes e outras coisas igualmente diferentes também...
Sou por isso também devaneios em fuga, sou incoerencias (mais uma vez), estendidas ao sol, sou pedaços de insubmissão à procura do rumo e muitas vezes sou apenas...
Quisera ser mais do que liberdade presa em coisa alguma ou inexistência a vaguear em rasgos de imprecisão...
Quisera apenas que tivessem sentido as palavras que escrevo sem querer ou que sem sentido pelo menos algo dissessem...
Quisera ter a definição do que me falta e onde perdi (ME)...
quinta-feira, janeiro 25
ENSAIO INACABADO
Razões? Todas ou nenhumas. Certezas? As suficientes para serem inacreditáveis. Esperança? Com certeza, bastante, ou então não!... Talvez em quantidade o suficiente para suscitar as mesmas dúvidas de sempre... Confusão? Certamente que sim… também incoerência, indefinição e outros pedaços ainda não identificados…
Porque sinto uma espécie de cansaço anormal sobre o tema mais banal e ao mesmo tempo especial, complexo, controverso, extenuante, pintado de incertezas sobre telas de esperança que já existiu, o amor.
Percebe-se pelo parágrafo anterior que qualificar o amor é motivo suficiente para limitar a existência de neurónios, é provavelmente o sujeito que mais atributos pode ter associado e isso poderia ser razão suficiente para estar aqui a impor dinâmica a este conjunto de teclas. Contudo, a minha intenção não é adjectivar esse sujeito nem sequer tentar defini-lo ou dissertar sobre a indefinição que lhe é característica, a minha intenção é desmembrar-me deste cansaço que me arrasta, é emancipar-me desta insegurança aparentemente excessiva que me possui e libertar meu pensamento da inutilidade processual que lhe prende.
Não é usual os cansaços consumirem-me, sorrio perante a naturalidade da sua existência, contudo, encontro-me a pensar demasiado o amor, e é isso que me cansa brutalmente. Penso o amor com o ridículo que Álvaro de Campos lhe atribui, constato que todas as cartas de amor são mesmo ridículas e que ridículas são também todas as palavras esdrúxulas.
Penso o amor como um anestésico indispensável em intervenções cirúrgicas que pretendam atenuar a solidão, a inactividade emocional, a insensibilidade e o vazio sentimental ou então incrementar a velocidade da circulação sanguínea à boleia da intensidade...
Razões? Todas ou nenhumas. Certezas? As suficientes para serem inacreditáveis. Esperança? Com certeza, bastante, ou então não!... Talvez em quantidade o suficiente para suscitar as mesmas dúvidas de sempre... Confusão? Certamente que sim… também incoerência, indefinição e outros pedaços ainda não identificados…
Porque sinto uma espécie de cansaço anormal sobre o tema mais banal e ao mesmo tempo especial, complexo, controverso, extenuante, pintado de incertezas sobre telas de esperança que já existiu, o amor.
Percebe-se pelo parágrafo anterior que qualificar o amor é motivo suficiente para limitar a existência de neurónios, é provavelmente o sujeito que mais atributos pode ter associado e isso poderia ser razão suficiente para estar aqui a impor dinâmica a este conjunto de teclas. Contudo, a minha intenção não é adjectivar esse sujeito nem sequer tentar defini-lo ou dissertar sobre a indefinição que lhe é característica, a minha intenção é desmembrar-me deste cansaço que me arrasta, é emancipar-me desta insegurança aparentemente excessiva que me possui e libertar meu pensamento da inutilidade processual que lhe prende.
Não é usual os cansaços consumirem-me, sorrio perante a naturalidade da sua existência, contudo, encontro-me a pensar demasiado o amor, e é isso que me cansa brutalmente. Penso o amor com o ridículo que Álvaro de Campos lhe atribui, constato que todas as cartas de amor são mesmo ridículas e que ridículas são também todas as palavras esdrúxulas.
Penso o amor como um anestésico indispensável em intervenções cirúrgicas que pretendam atenuar a solidão, a inactividade emocional, a insensibilidade e o vazio sentimental ou então incrementar a velocidade da circulação sanguínea à boleia da intensidade...
Confesso-me cansado de pensar tanto o amor.. dou este ensaio por inacabado... pensa-o tu um bocadinho...
sexta-feira, janeiro 5
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